Spotlight

19:08

O filme Spotlight é, muito provavelmente, o meu preferido nesta corrida aos Oscars. Não sendo eu um grande fã do Mark Rufallo, fiquei incrivelmente surpreendido com o facto de o conseguir considerar um dos maiores prós do filme.

Quando comecei a estudar Comunicação – ainda estava eu longe de decidir especializar-me em Assessoria em vez do Jornalismo -, a ideia que mais me fascinava era a possibilidade de vir a fazer jornalismo de investigação. Puro e duro. Sabia que, muito provavelmente, as coisas não iriam acontecer como eu as via na minha cabeça ou em alguns dos filmes que me iam marcando (“Os Homens do Presidente”, “Shattered Glass”…), mas a ideia de poder vir a ser uma espécie de CSI de bloco e caneta na mão agradava-me muito.

Acabei por me deixar fascinar um bocadinho mais pelo poder das Estratégias de Comunicação, do Marketing e das Relações Públicas e lá acabei por ver esta ambição ser superada por outra maior. Mas é certo que o Spotlight me fez tremer um bocadinho. Apesar daquilo que, logo à partida, seria esperado de um filme sobre a relação Igreja-Pedofilia, não existem momentos de grande choque ou suspense. É tudo muito cru, muito real, muito focado na equipa que desenvolveu a investigação, numa sequência lógica e objetiva de como tudo se processou. Não foram preciso sensacionalismos ou grandes invenções para garantir a transversalidade de um sentimento de curiosidade e de atenção permanente ao longo das quase duas horas de filme.

Entre uma brilhante realização de Tom McCarthy, as brilhantes interpretações de Rufallo e de Rachel McAdams e um argumento que é só para cima de genial, este candidato a Melhor Filme entra diretamente para o top de melhores filmes que vi nos últimos tempos (anos, entenda-se).




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